Alumínio presente no remineralizador

Os remineralizadores são insumos para a agricultura produzidos a partir de rochas silicáticas moídas, que possuem capacidade de modificar as características físicas e quimicas do solo, melhorando a fertilidade e qualidade do mesmo. Para serem destinados à agricultura, essas rochas silicáticas moídas devem obedecer a Instrução Normativa nº5 de 2016 do MAPA que estabele as garantias e tolerâncias para o registro, uso e comercialização desses produtos.

As rochas silicáticas são compostas por diferentes minerais, sendo os mais importantes feldspato, quartzo, olivina, piroxênio, anfibólio e mica. Os elementos químicos mais abundantes nestes minerais são o silício e o oxigênio, mas também apresentam outros elementos importantes como o cálcio, potássio, magnésio, sódio, ferro e alumínio.

O alumínio é constituinte das camadas octaédricas dos filossilicatos e também compõem minerais não silicatos como a gibbsita, Al(OH)3, presente em solos tropicais (BERTSCH & BLOOM, 1996).

O aluminio pode ser liberado para a solução do solo pelos processos de intemperismo, onde em condições ácidas, e devido à elevada densidade de carga, os íons Al3+ atraem os átomos de oxigênio da água e levam a ruptura das ligações O-H, liberando prótons H+ para a solução. Esses prótons H+ acidificam ainda mais o solo, aumentando a solubilidade dos compostos de aluminio, o que ocasiona o aumento da concentração de alumínio livre na solução do solo, provocando toxidez às plantas.

Quando a planta está sob excesso de alumínio, o sintoma visível mais comum da toxicidade é a inibição do crescimento das raízes, reduzindo a exploração do solo, causando redução da absorção de nutrientes e maior susceptibilidade à deficiência de água, impactando na produtividade das culturas (BENNET & BREEN, 1991).

Devido às características dos solos brasileiros serem naturalmente ácidos, o teor de alumínio da composição dos remineralizadores gera preocupação por parte dos produtores com a influência na toxicidade para as culturas. No entanto, essa preocupação é desnecessária. O alumínio presente nos minerais dos produtos classificados como remineralizadores está localizado no sítio octaétrico de dificil acesso para a sua liberação. Esses minerais possuem bases como o cálcio, magnésio e potássio, e durante o intemperismo, liberam as bases em forma de óxidos (CaO, MgO e K2O) e parte do silício (SiO2). O alumínio não será liberado para a solução do solo, e permanece como um dos componentes de fases secundárias juntamente com uma parte do silício, formando novas fases minerais, que apresentam elevada superfície específica e que contribui para o aumento da CTC do solo.

Por sua vez, estudos tem demonstrado que a aplicação de remineralizadores auxiliam na correção do alumínio tóxico já presente no solo. Isso acontece por causa do silício da composição das rochas silicáticas e pela hidrólise dos minerais primários.

No solo o Si solúvel pode formar compostos inertes com o Al na solução do solo. Os ânions silicatos aumentam o pH do solo, podendo fazer com que a atividade dos Os ânions silicatos aumentam o pH do solo elementos tóxicos seja diminuída, precipitando-os em compostos insolúveis ou formando polímeros de baixa disponibilidade para as plantas (RODRIGUES et al., 2011). Em outras palavras, os silicatos podem atenuar o efeito tóxico causado pelo alumínio nas plantas.

Referências

BENNET, R.J., BREEN, C.M. The aluminium signal: new dimensions to mechanisms of aluminium tolerance. Plant and Soil, Netherlands, v.134, p.153-166, 1991.

BERTSCH, P.M. & BLOOM, P.R. Aluminum. In: SPARKS, D.L., ed. Methods of soil analysis. Madison, Soil Science Society of America, 1996. p.517-550. (Book Series, 5)

RODRIGUES, F. de A.; OLIVEIRA, L. A. de; KORNDÖRFER, A. P.; KORNDÖRFER, G. H. Silício: um elemento benéfico e importante para as plantas. Informações Agronômicas Nº 134, p. 14-20, 2011.

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