A estrutura do solo é uma propriedade física do solo que expressa como as partículas primárias do solo se ligam entre si com outras partículas como matéria orgânica, óxidos de ferro e alumínio, carbonatos, sílica, dando origem aos agregados do solo.

• Tipo: granular, laminar, em blocos, prismático e colunar;

• Tamanho: muito pequeno, pequeno, médio, grande e muito grande;

• Grau de desenvolvimento: ausente, fraca, moderada, forte.

Os tipos de agregados (Figura 1) resultam do processo, e por isso, auxiliam na identificação e classificação de classes de solos. A formação de agregados quanto ao tipo envolvem diversos fatores, como o tipo de mineral, presença de agentes cimentantes, forças físicas, tamanho de partículas, pH e cargas do solo.

O grau de desenvolvimento exprime a coesão entre as partículas e a aderência entre elas, podendo ser ausente a forte. Já o tamanho das estruturas está relacionado com a ação de forças físicas, seja pela ação da chuva, rolamento ou manejo com maquinários, podendo levar a pulverização do solo (Figura 2), e consequentemente, tamanhos menores de estrutura.

Um solo bem estruturado garante uma melhor infiltração de água no solo, uma melhor infiltração da água e armazenamento mais prolongado, maior porosidade do solo, maiores resistências à erosão, compactação e lixiviação e melhor ciclagem de nutrientes.

Para melhorar a estrutura do solo um conjunto de práticas pode ser realizado. Aumentar o teor de matéria orgânica do solo e adotar práticas para evitar a compactação do solo, como o uso de implementos agrícolas como escarificadores ou subsoladores, rotação de culturas e cultivo de plantas com sistema radicular denso que auxiliam na descompactação, são fatores que auxiliam na melhoria da estrutura do solo.

A matéria orgânica tem uma importante função, servindo como agente cimentante de particulas, contribuindo para a formação de agregados. Além da matéria orgânica, outros agentes agregadores são responsáveis por unir as particulas minerais do solo, como os microrganismos, os exsudatos de raízes das plantas, e os carbonatos, óxidos de ferro e aluminio, por exemplo.

Os remineralizadores de solo também influenciam na agregação do solo, liberando nutrientes na rizosfera que estimulam a liberação de exsudatos pelas raízes, influenciando na atividade microbiano, e consequentemente, aumentando o carbono no solo (matéria orgânica) e a adsorção nas fases minerais, formando agregados. Além disso, os remineralizadores de solo possuem em sua composição óxidos de Fe e Al e carbonatos, que podem também agir como agentes cimentantes dos agregados.

O Rbio, é um remineralizador produzido a partir de um basalto, uma rocha ígnea rica em cálcio, magnésio, potássio, fósforo e micronutrientes, encontrada na região de Sarandi e São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul. São rochas ricas em minerais como a andesina, augita, labradorita e vidro vulcânico, que possuem alta reatividade no solo, que podem liberar os nutrientes já no primeiro ciclo agrícola, no curto prazo. Sua utilização promove melhorias na qualidade do solo, melhoras nas propriedades físicas e quimicas, liberação gradual de nutrientes e efeito residual, além de ser fonte de nutrientes, livre de cloro e baixo índice salino, que favorece o desenvolvimento da comunidade microbiana do solo.

A comunidade microbiana do solo é um importante fator para a agregação do solo. Os microrganismos influenciam na ciclagem de nutrientes, na liberação dos exsudatos (Garcia-Franco et al., 2015), na retenção e estabilização de carbono, e portanto, terão influência na formação de agregados. A macrofauna também tem papel importante na agregação, devido as minhocas secretarem compostos mucilagenosos que funcionam como agentes de cimentação, e também por tornar o carbono mais protegido em função da ingestão e posterior secretação (Knowles et al., 2016).

O uso de fertilizantes como o cloreto de potássio, que contem altos niveis de cloro e salinidade, interferem no desenvolvimento da comunidade microbiana e implicarão na formação de agregados. Portanto, o uso de remineralizadores do solo é uma alternativa para a melhoria das características quimicas, físicas e biológicas do solo e favorecimento da agregação, permitindo o desenvolvimento de um solo saudável e de boa qualidade.

O arranjo do solo influencia diretamente na aeração, infiltração, armazenamento e disponibilidade de água, além do espaço poroso para trocas gasosas no sistema radicular das plantas, e consequentemente, interfere na produtividade das culturas.

Um dos principais problemas da perda de estrutura do solo é a compactação (Figura 3). Isso ocorre pelo uso de máquinas pesadas nas áreas de cultivo, como tratores e colhedoras, que fazem com que as partículas do solo se aproximem entre si, reduzindo a porosidade do solo. O solo compactado e desestruturado tende a sofrer mais com erosão, podendo levar a lixiviação de nutrientes, e em casos mais graves, a voçorocas. A erosão leva a perdas da camada superficial do solo, que é a camada mais fértil, empobrecendo o solo. E a compactação, prejudica a infiltração de água, além da resistência a penetração das raízes, devido a redução da porosidade (Tormena et al., 1998).:

Sabe-se que a água é um fator limitante no crescimento das plantas, e portanto, um solo bem estruturado proporcionária uma melhor dinâmica da água, permitindo um melhor aproveitamento da mesma. Dessa forma, haverá um melhor crescimento e desenvolvimento das plantas.

Manejos que favoreçam a manutenção ou melhorem a estrutura do solo, como já citados no tópico acima, proporcionarão maiores produtividades. Práticas conservacionistas como o plantio direto, sistemas de manejo integrado (integração lavoura-pecuária e lavoura- pecuária-floresta), rotação de culturas, reflorestamento e conservação da mata nativa também são estratégias para a conservação do solo e melhoria da estrutura, e em áreas agrícolas, podem auxiliar no aumento de produtividade.

CAPECHE, C. L. Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista. Embrapa, Comunicado Técnico, n. 51, 2008. Disponível em: < https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/comtec51_2008_nocoes_estrutura_solo _000g3h86s8u02wx5ok0r2ma0ndtwqqga.pdf > Acesso em: 28/09/2022.

GARCIA-FRANCO, N.; ALBALADEJO, J.; ALMAGRO, M.; MARTÍNEZ-MENA M. Beneficial effects of reduced tillage and green manure on soil aggregation and stabilization of organic carbon in a Mediterranean agroecosystem. Soil e Tillage Research, v. 153, p. 66- 75, 2015.

KNOWLES, M. E.; ROSS, D. S.; GÖRRES, J. H. Effect of the endogeic earthworm Aporrectodea tuberculata on aggregation and carbon redistribution in uninvaded forest soil columns. Soil Biology and Biochemistry, v. 100, p. 192-200, 2016.

RALISCH, R.; DEBIASI, H.; FRANCHINI, J. C.; TOMAZI, M.; HERNANI, L. C.; MELO, A. da S.; SANTI, A.; MARTINS, A. L. da S.; DE BONA, F. D. O Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo - DRES. Embrapa, Comunicado Técnico, n. 390, 2017. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1071114/diagnostico-rapido- da-estrutura-do-solo---dres-livro > Acesso em: 28/09/2022.

TORMENA, C.A.; SILVA, A.P. da; LIBARDI, P.L. Caracterização do intervalo hídrico ótimo de um Latossolo roxo sob plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.22, p.573-581, 1998.