Mitos da perda ao fogo

O ensaio de perda ao fogo (PF, ou “loss on ignition” em inglês) é um dos métodos utilizados para determinar a porcentagem dos voláteis estruturais (carbonatos, hidróxidos, compostos de enxofre e silicatos hidratados) e da matéria orgânica presente em rochas (Lechler & Desilets, 1987, Plater et al., 2015). A determinação da PF desconta a umidade definida pela absorção ambiental. A volatilização de compostos como a água, matéria orgânica e carbonatos, gera a perda de massa, e a partir dai é calculado o percentual dos compostos entre a amostra inicial e final após a secagem.

Existe um mito que relaciona esse método à solubilidade da rocha. A reatividade relativa dos minerais podem ser obtidas em função da composição química e mineralógica das rochas, como a própria Série de Bowen e índices de solubilidade em água ou outros extratores. A solubilidade relativa depende também da granulometria da rocha moída.

A PF elevada pode indicar a presença de argilominerais, micas, carbonatos e matéria orgânica, não necessiariamente mais solúveis que os minerais que não apresentam conteúdo volátil em sua composição (Plater et al., 2015). Um exemplo seria a olivina, um silicato de magnésio que não apresenta componente volátil e apresenta a maior solubilidade dentro da Série de Bowen.

A PF é fundamental na caracterização química dos remineralizadores, mas isso não apresenta associação direta com a sua solubilidade.

Referências Bibliográficas

Lechler, P.J. & Desilets, M.O. (1987) A review of the use of loss on ignition as a measurement of total volatiles in whole-rock analysis. Chemical Geology, 63 (1987) 341-344.

Plater, A.J.; Kirby, J.R.; Boyle, F.; Shaw, T.; Mills, H. (2015) Loss on ignition and organic contente. In: Handbook of Sea-Level Research, First Edition.

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