O uso de rochas na agricultura como matéria-prima mineral é um processo antigo, e a aplicação das rochas moídas ao solo, com o objetivo de manejar a fertilidade ou condicionar o solo é conhecida como rochagem. A utilização do calcário e a fosfato natural reativo já eram atividades mais conhecidas da rochagem, e atualmente o que tem ganhado destaque é o uso de rochas silicáticas.
As rochas silicáticas são abundantes em todo planeta, ocupando cerca de 90% da superfície da crosta terrestre e possuem composição química e mineralógica distintas. São compostas por minerais onde o silício é o elemento central, junto com outros elementos como o alumínio, ferro, cálcio, magnésio potássio, sódio, manganês, fósforo e titânio (MARTINS, 2020). A solubilidade dos minerais é baixa em água, mas biodisponível para as plantas devido a ação das raízes das plantas e dos microrganismos associados, possibilitando que essas rochas se tornassem insumos agrícolas.
No entanto, foram determinados critérios para afirmar se um pó de rocha silicática é um remineralizador de solo ou não, limitando as rochas que podem virar produtos disponíveis no mercado pelo Marco Legal dos Remineralizadores. De acordo com a Lei 12.890/2013 e a Instrução Normativa 5/2016 (IN 05/2016) publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi definido que os remineralizadores de solo são materiais de origem mineral que tenham sofrido apenas redução e classificação de tamanho por processos mecânicos e que alterem os índices de fertilidade do solo por meio da adição de macro e micronutrientes para as plantas, bem como promova a melhoria das propriedades físicas ou físico-químicas ou da atividade biológica do solo.
Os remineralizadores tem a capacidade de reiniciar o processo de formação do solo através do seu intemperismo. Para isso a atividade da microbiota é essencial. A interação das rochas moídas, microrganismos e as plantas, liberam nutrientes e formam novos minerais que ficarão no solo no longo prazo. As plantas absorverão os nutrientes que demandarem e os novos minerais aumentarão a capacidade de troca de cátions (CTC) e capacidade de retenção de água (CRA) (MARTINS, 2020), melhorando a qualidade do solo.
